Blog destinado a postagens relacionadas a Contaminação por PCBs (Bifenil Policlorado) e suas relações com o estudo da bioquímica . Atividade da disciplina de Bioquimica Médica,sendo cursada por Caio de Sousa Andrade, ministrada pelo Prof. Dr. Osmar Cardoso, na UFPI

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segunda-feira, 28 de julho de 2014

Postagem nº 9- O que fazer ao ser contaminado?

Já foram bastante discutidos os efeitos negativos dos PCBs à saúde humana, a sua regulamentação e métodos de retirada desses compostos do ambiente, mas entre todos os temas abordados, talvez o mais importante seja :"O que deve ser feito a alguém exposto a bifenilas policloradas?"
É possível que as postagens anteriores tenham passado uma ideia que crie terror nas pessoas em relação a esses compostos, mas na maioria dos casos de contaminação, não há razão para pânico.  A exposição a PCBs não implica obrigatoriamente em morte certa, em geral, não há nem mesmo a necessidade de cuidados imediatos( exceto em casos de ingestão e contato com quantidades muito altas desses compostos), no entanto, não se deve megligenciar o potencial toxicológico dessas substâncias.
Se houver exposição (por inalação, ingestão ou pela pele) aguda a PCBs deve-se descartar as roupas que se estava usando e deve-se lavar pos aproximadamente 15 minutos, com água e sabão as áreas da pele afetadas. Se houver contato do óleo de PCBs com olhos, eles devem ser lavados em água morna por pelo menos 15 minutos.
Em geral, a ingestão de PCBs não é reconhecida até que já seja tarde demais para que a indução de vômito seja benéfica, o que, pelo contrário, poderia fazer com que os pulmões aspirassem o óleo, causando pneumonia lipoide. Pode ser admnistrado carvão ativado para tentar diminuir a aborção de PCBs no trato intestinal, mas isso não é algo comprovado.
Não há tratamento medicamentosos para diminuição da quantidade corporal de PCBs, mas é sabido, curiosamente, que a amamentação é um meio de diminuição da quantidade de bifenilas policloradas no corpo. Embora haja transmissão de PCBs dissolvidos na gordura do leite e isso possa contaminar a criança amamentada, os benefícios da amamentação superam os possíveis riscos.
Não há desenvolvimento de medicamentos que possam diminuir o efeito toxicológico de PCBs, portanto, o melhor cuidado é sempre a prevenção, que deve ser feita evitando o contato com potenciais fontes de PCB, como transformadores e o governo deve fiscalizar mais fortemente o lançamento deses compostos no ambiente.
Fontes:
http://www.atsdr.cdc.gov/ToxProfiles/tp17.pdf
http://www.usa829.org/Portals/0/Documents/Health-and-Safety/Safety-Library/PCB-Exposure-Medical-Fact-Sheet.pdf

8 comentários:

  1. Por sua sintomatologia não ser imediata, realmente, os cuidados também são simples quando se entra emcontato com essa substância. O problema é a desinformação das pessoas que se contaminam com os PCBs sem saber do perigo que causa e não procuram lavar imediatamente o local em que houve contato no corpo.

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  2. Apesar de não haver um quadro clínico tão sério em baixas exposições aos PCBs, a população deve ser, no mínimo, alertada sobre a existência desses compostos e a possibilidade de encontrá-los, atitude que não é feita. Um mínimo de conhecimento sobre os produtos já pode ser uma prevenção eficaz para uma situação de exposição elevada.

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  3. A alimentação exclusiva de leite materno nos primeiros meses de vida, fase em que alguns órgãos ainda estão em desenvolvimento, torna os recém-nascidos o segmento da população mais vulnerável aos PCB, explica a pesquisadora Cláudia Hoffmann Kowalski Schröder, da Unicamp. Sua pesquisa revelou que em cidades metropolitanas o acúmulo de PCB no leite materno é mais expressivo que em outras regiões, a exemplo de São Paulo, onde 58% das amostras de leite coletadas se revelaram contaminadas. Outra conclusão é a de que o leite maduro, que passa a ser liberado entre a segunda e terceira semanas de amamentação e possui maior porcentagem de gordura, é o mais contaminado. O estudo mostrou ainda que o primeiro filho normalmente recebe dose maior de PCB dos que o sucedem, o que sugere um efeito cumulativo dessas substâncias no organismo ao longo dos anos. Os resultados mostram também que os maiores índices de contaminações verificaram-se no leite de mães que moram nas proximidades de indústrias ou rios poluídos, comprovando que esses compostos chegam facilmente ao meio ambiente e em seguida aos seres humanos.

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  4. O fato de não haver tratamento medicamentoso para diminuir a quantidade de PCBs no organismo é um problema, pois apesar de existirem meios de eliminar resíduos de PCBs no corpo, depois que ele for absorvido pelo intestino não há mais o que fazer, visto que por ser lipossolúvel não pode ser eliminado pela urina. É exatamente isso que o torna tão potencialmente perigoso, e com a falta de informação da população o problema torna-se ainda maior.

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  5. O fato de não haver tratamento medicamentoso para diminuir a quantidade de PCBs no organismo é um problema, pois apesar de existirem meios de eliminar resíduos de PCBs no corpo, depois que ele for absorvido pelo intestino não há mais o que fazer, visto que por ser lipossolúvel não pode ser eliminado pela urina. É exatamente isso que o torna tão potencialmente perigoso, e com a falta de informação da população o problema torna-se ainda maior.

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  6. Então, como o tratamento de pessoas contaminadas com as bifenilas policloradas é de grande dificuldade, a principal forma de diminuição dos índices de contaminação continua sendo o não uso do equipamentos de usam PCBs e a descontaminação das áreas já contaminadas. Uma das postagens do blog destacou o uso de plantações de arroz para tal feito, entretanto outras pesquisas tem estudado novas formas, como a utilização do reagente de Fenton, que é um agente oxidante que causa a oxidação do ascarel (mistura de PCBs, nome comercial). Todavia, esses procedimentos ainda estão em fase experimental. Infelizmente, o efeito bioacumulativo dos PCBs dificultam mais a situação, pois provoca o efeito da magnificação trófica. É uma pena que a legislação de controle e recolhimento de PCBs e outros POPs ainda seja bastante falha.

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  7. O restante do blog realmente me fez acreditar que a contaminação por PCB era algo muito terrível. Que bom que essa postagem esclareceu que há muitos meios de resolver esse problema. Pesquisando sobre os PCBs, encontrei que nem o leite materno está imune da contaminação por essas bifenilas, logo, o "tratamento" através do uso de leite materno, sugerido na postagem, nem sempre é ideal. Devido à sua natureza lipofílica, no caso das mulheres, ocorre um maior acúmulo desses compostos nas glândulas mamárias, e consequentemente, nos recém-nascidos por elas amamentados. A concentração encontrada no leite materno é, em média, de quatro a dez vezes maior do que aquelas detectadas no sangue. Assim sendo, vale lembrar que mesmo antes do nascimento, o recém-nascido já é contaminado pela transferência dos PCB através da placenta.

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  8. Realmente as postagens anteriores nos indicavam ''morte certa'' por contato com PCBs, mas como são bio acumulativos, deve ser mais perigoso o contato prolongado ou intenso. Creio que com pesquisa seria possível achar um método de se retirar esses compostos lipossolúveis do corpo, ate usando um composto análogo aos MIP's.

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